Espécie endêmica do Brasil (Romão et al., 2020), com distribuição: no estado de Minas Gerais — nos municípios Delfim Moreira e Minas Gerais —, no estado do Rio de Janeiro — nos municípios Itatiaia, Resende e Teresópolis —, e no estado de São Paulo — nos municípios Itaberá, Lavrinhas, Salesópolis, São José do Barreiro e São José dos Campos.
Árvore ou arbusto com até 15 m, endêmica do Brasil (Romão et al., 2020). Popularmente conhecida como canela-gosmenta, congonha ou congonha-da-mata (Filho, 2011), foi documentada em Área antrópica, Floresta Ciliar e/ou de Galeria e Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) associadas à Mata Atlântica presente em 9 municípios distribuídos pelos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição conhecida relativamente ampla, EOO=32873 km², AOO=76 km², nove situações de ameaça, considerando-se o distinto grau de perturbação ao qual as localidades de coleta estão submetidas, e presença em fitofisionomias florestais severamente fragmentadas. Além disso, possui presença constante em coleções de herbário, além de registro realizado em área antrópica. Poderia ser considerada Em Perigo (EN) de extinção por B2(iii); entretanto, ao contrário de outras congêneres, sabe-se que S. insignis não apresenta especifidade de habitat, e de acordo com Aranha-Filho (2011), mesmo sendo rara naturalmente, ocorre em áreas protegidas e preferencialmente em altitudes onde o processo de degradação antrópica histórico e atual é reduzido quando comparado as regiões mais baixas adjacentes. Assim, a espécie foi considerada Quase Ameaçada (NT) de extinção neste momento, uma vez que perda de habitat e extinções locais ocasionadas a partir das ameaças descritas, principalmente fora de áreas protegidas, podem levar a declínio contínuo em EOO, AOO, qualidade e extensão do habitat, número de situações de ameaça e potencialmente, no número de indivíduos maduros. Recomendam-se ações de pesquisa (distribuição, números e tendências populacionais) e conservação (Plano de Ação) urgentes a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, uma vez que a persistência dos vetores de stress descritos podem ampliar seu risco de extinção no futuro.
Descrita em: Pflanzenr. (Engler) 4, Fam. 242, 27, 1901. É reconhecida pelas folhas jovens densamente tomentoso/seríceas, corola com 3–4 lobos reflexos e fruto com (9.5–)10–15 mm de comprimento. Popularmente conhecida como congonha, congonha-da-mata (Filho, 2011).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1.1 Housing & urban areas | habitat | past,present,future | regional | low |
Mais de 70% da população brasileira está condensada na área do bioma Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2002). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.1.3 Agro-industry farming | habitat | past,present,future | local | high |
O município de Itaberá (SP) possui 77,25% (84993ha) do seu território convertido em áreas de culturas agrícolas, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020a). O município de Itaberá (SP) possui 10,91% (12000ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de milho, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020b). O município de Itaberá (SP) possui 37,26% (41000ha) do seu território convertido em áreas de cultivo de soja, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020c). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.2.3 Scale Unknown/Unrecorded | habitat | past,present,future | regional | low |
Os municípios Delfim Moreira (MG), Itaberá (SP), Resende (RJ) e Salesópolis (SP) possuem, respectivamente, 8,42% (3441ha), 8,27% (9100ha), 7,97% (8760ha) e 22,74% (9664ha) de seus territórios convertidos em áreas de silvicultura, segundo dados de 2018 (IBGE, 2020). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2.3.3 Agro-industry grazing, ranching or farming | habitat | past,present,future | regional | medium |
A produção de carne e de leite tem crescido consideravelmente no Brasil nas últimas décadas, atingindo, em 2018-19, ca. 26 milhões de toneladas e 34,4 bilhões de litros, e a previsão oficial é de que ambas atividades deverão crescer, respectivamente, a uma taxa anual de 3,0% e a entre 2,0 e 2,8% nos próximos 10 anos (MAPA, 2019). Na Mata Atlântica, a conversão do uso da terra para atividades agropecuária é um dos principais vetores de modificação, causadores de perda de biodiversidade (Joly et al., 2019). Segundo dados da Fundação SOS Mata Atlântica do período de 2019, da área total de 130.973.638 ha da Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica - AALMA (Lei nº 11.428/06), apenas ca. 19.936.323 ha (15,2%) correspondiam a áreas naturais (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2020). Em levantamentos relativos a 2018, as áreas de pastagens ocupavam entre ca. 39.854.360 ha (30,4% da AALMA) (Lapig, 2020a) e ca. 50.975.705 ha (39% da AALMA) (MapBiomas, 2020), dentre os quais 36.193.076 ha foram classificados como pastagens e 14.782.629 ha como Mosaico de Agricultura ou Pastagem. Na Mata atlântica, a partir de 2002 foi registrado um decréscimo das áreas ocupadas por pastagens como decorrência da intensificação da pecuária (Parente et al., 2019). Apesar disso, esses autores verificaram a expansão de áreas ocupadas por atividades agricultura de larga escala (cana-de-açúcar e soja), que ocupa espaços antes destinados à pecuária mais extensiva. Os municípios Delfim Moreira (MG), Itaberá (SP), Itatiaia (RJ), Lavrinhas (SP), Resende (RJ), Salesópolis (SP), São José do Barreiro (SP), São José dos Campos (SP) e Teresópolis (RJ) possuem, respectivamente, 23,7% (9679,6ha), 11,31% (12440,6ha), 20,82% (5018,8ha), 38,57% (6444,1ha), 37,96% (41734,1ha), 8,06% (3426,4ha), 23,03% (13143ha), 29,95% (32929,8ha) e 18,15% (14036,2ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020b). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 3.2 Mining & quarrying | habitat | past,present,future | regional | very low |
A perda e fragmentação de habitat no domínio da Mata Atlântica está aumentando rapidamente (Galindo-Leal et al., 2003, Tabarelli, Silva e Gascon, 2004). Afloramentos graníticos também estão sofrendo um conjunto particular de ameaças, incluindo exploração de pedreiras, mineração e invasões biológicas (Porembski, 2000, Forzza et al., 2003, Martinelli, 2007), que reforçam a necessidade de proteção dos inselbergs e de sua extraordinária biodiversidade, especialmente como resultado dos altos níveis de endemismo. Martinelli (2007) alertou para a necessidade de ações urgentes de conservação e propôs a inclusão dos afloramentos rochosos na agenda brasileira de conservação da diversidade biológica (Paula et al., 2016). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 4.1 Roads & railroads | habitat | past,present,future | regional | very low |
A constante expansão de estradas é um fator que contribui para a perda de biodiversidade e degradação florestal na Mata Atlântica (Joly et al., 2019). Costa et al (2019) confirmaram pela primeira vez os efeitos à biodiversidade ocasionado pela construção e pavimentação de rodovias, bem como o tráfego intenso de veículos no Bioma da Mata Atlântica, que podem se estender por muitos metros além da estrada, tendo efeito direto na mortalidade e diversidade das no fragmento. | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity | habitat | past,present,future | local | low |
Foram identificados 323 casos de incêndios no Parque Nacional do Itatiaia entre os anos 1937-2008 não consecutivos. As queimadas ocorreram sobretudo no inverno (90%) em período de seca. A maior parte dos incêndios teve causa e agentes desconhecidos (88,2%), sendo que do restante das ocorrências, 82,6% foram provocadas por humanos, sendo a maior parte dessas, para limpeza e renovação da pastagem com 42,8% dos casos (Aximoff e Rodrigues, 2011). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | needed |
A espécie ocorre em território que poderá ser contemplado por Plano de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Paraná/São Paulo - 19 (SP). |
Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Bacia do Paraíba do Sul, Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, Área de Proteção Ambiental Serra da Mantiqueira, Estação Ecológica Itaberá, Parque Nacional da Serra da Bocaina, Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Parque Nacional do Itatiaia e Parque Natural Municipal Augusto Ruschi. |
Uso | Proveniência | Recurso |
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17. Unknown | ||
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais. |